quarta-feira, 11 de março de 2015

Resenha: Ratos



Título: Ratos
Autor(a): Gordon Reece
Editora: Intrínseca
Gênero: Assertividade (Psicologia), Ficção, Conduta
ISBN: 978-85-8057-070-0
Minha Avaliação: ★★★


Aqui o autor leva o tema bullying, tema muito em foco, além dos portões das escolas e da idade.
Shelley é nossa protagonista adolescente, que vive com a mãe depois de um divórcio conturbado dos pais. As duas vivem em completa submissão na sociedade. Não tinham voz, não reivindicavam e não se defendiam. Viviam coagidas, viviam como ratos.
Até o momento em que acontecimentos fazem que assumam outra postura.
Shelley é vitima de bullying na escola onde estuda. E logo as agressões que eram verbais passaram a ser físicas.

“Eu não podia contar aos professores, porque tinha certeza de que isso, em longo prazo, apenas pioraria a situação. Não queria dar às minhas perseguidoras motivo para ataques ainda piores.”

Chega então, ao ponto de as agressoras atearem fogo no cabelo de Shelley, perder o controle e queimar parte de seu rosto. Esse último ataque a levou para o hospital. Shelley parou de frequentar a escola e ela e a mãe compram uma casa afastada da cidade para morarem "escondidas".
Tudo corre bem e elas estabelecem uma nova rotina na nova casa. Até que em uma noite recebem uma visita inesperada. E há mais força em Shelley do que ela mesma supõe que exista. E num momento de impulso, por ter acumulado tantas outras ocasiões sem protestos, ela age de forma surpreendente. Até ratos também chegam a um limite.

“E toda essa "cultura", toda essa "arte", é apenas um truque para que possamos fingir que os seres humanos são criaturas nobres e inteligentes que abandonaram seu passado animal há muito tempo e ser transformaram em algo mais civilizado, algo mais puro.”.

E sua mãe consuma o fato. A advogada também encontra forças onde ela e outros julgavam que não havia nela, e premedita tudo. Começa um jogo de ocultação e manipulação dos fatos ocorridos. Cita-se Macbeth: “De tal modo estou mergulhado no sangue, que, se não for mais adiante, a volta será tão difícil quanto à travessia.”.
Descobre assim, que possuem coragem o suficiente para enfrentar o que quer que seja que apareça em suas vidas.

“Não me sinto culpada pelo que fizemos [...] Não sinto culpa por nada... Nem mesmo por ontem. Ele teve o que mereceu. Um bom destino para um lixo ruim.”

Não deixei de analisar que sua reação foi exagerada, e a forma que aprendeu a lidar com o trauma que viveu é extrema. Cabe aqui a afirmação de Jean-Paul Sartre: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.”.

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