Resenha: Nove Plantas de Desejo e a Flor de Estufa

Título: Nove Plantas do Desejo e a Flor de Estufa

Autor(a): Margot Berwin

Editora: Intrínseca

Gênero: Romance americano

ISBN: 978-85-8057-000-7

Minha Avaliação: ★★★

Como já afirmei em outras oportunidades: eu não dispenso um título diferente, e este é no mínimo curioso. Eu uso a leitura como fuga, eu uso para viajar mesmo. É para espairecer que eu leio. Leio para conhecer povos diferentes, outras culturas e para ter a sensação do impossível acontecendo. De realidade nua e crua já temos a mídia para nos saturar, para ler a respeito de mortes, guerras e epidemias virais já temos os jornais diários (que eu leio sim, é de lei).

Me surpreendi com esse livro, de verdade. Ele me proporcionou exatamente isso que eu busco na leitura. E a leveza da escrita da autora dispensa comentários.

Esse é literalmente um romance biológico, de amor físico e de amor por plantas. Tem uma leve sensualidade, meditação e alucinógeno! 

Essa é a estória de Lila, divorciada e que tanta levar uma vida normal e sem apego com nada e nem ninguém. Passando na feira de produtos naturais, conhece David que vende plantas tropicais. Ela se sente atraída pelo jeito exótico do rapaz e como vendedor que é, vende um planta para Lila. E ao cuidar da planta ela sente certo prazer e acaba se identificando com a atividade.

"Tenho de dizer que é muito mais fácil gostar de plantas quando elas são saudáveis. Elas não podem ir embora se as coisas não estão perfeitamente em ordem; não ouvem música ruim; não fazem sons esquisitos nem se vestem mal. [...] E eu as achava imensamente agradáveis."

E sem explicação, a partir de então, a natureza simplesmente entrelaça seu caminho com o de Lila. E ela conhece Armand, dono de uma lavanderia nada convencional no centro de Manhattan. Armand é um homem muito diferente, quase mistico, sua lavanderia parece um jardim encantado no meio da cidade, com musgo no chão e flores por toda a parte. Armand é o guardião das nove plantas do desejo, que reza a lenda que quem as possui, possui sucesso em todos os aspectos da vida.

Lila ambiciona ganhar dinheiro com as plantas raras de Armand, e em um descuido fala a respeito com David, e este a usa para roubar as nove plantas de Armand.

Lila envolta em culpa, promete a Armand que recuperaria as plantas. Então partem para uma aventura em Yucatán. E essa é a receita perfeita: um lugar paradisíaco e uma motivação. Lila nunca mais será a mesma. Ela busca as plantas, mas muito mais que isso, sente na pele os efeitos delas. Ela sintoniza com tanta perfeição à natureza em sua volta que as plantas simplesmente se apresentam a ela.

"Quando nos conhecemos - disse Armand. -, você me disse que não gostava de seu trabalho. Disse que, se pudesse ter qualquer coisa que quisesse no mundo, escolheria aventura, amor e dinheiro."

Armand, na verdade, não precisava reencontrar as plantas, a ambição dele era uma décima planta, extinta e sem nome, a planta da paixão. Vendo a paixão em Lila e seu potencial a usa para encontrar a flor. Lila estava destinada as plantas. Começa a sentir a vida de maneira diferente. Conhece Diego, nativo daquele lugar paradisíaco, e a atração de Lila por ele é irresistível. E Diego acaba fazendo parte da grande aventura de Lila. 

"Você tem que voltar para seu mundo e ver como ele é depois de tudo isso. Assim pode saber o que realmente quer e quem realmente é. Pode escolher que rumo dar à sua vida."

Ela volta para sua rotina, para seu trabalho e apartamento. Mas sente que seu lugar sempre vai ser Yucatán. E quando chegar o memento certo é para lá que ela irá voltar.

"Não quero discorrer sobre isso, mas o calor de Nova York, não era do mesmo tipo de Yucatán. [...] Esse calor era simplesmente mais quente. Ponto. Não tinha brisa do mar para refresca-lo, nem plantas que liberassem oxigênio limpo para respirarmos. Era calor de motores, geradores e transformadores. De motores de de aviões e de carros, aparelhos de ar condicionado e exaustores. Um tipo de calor muito mais opressivo que o calor diário do sol."