segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Resenha: Clube da Luta

Título: Clube da Luta
Autor(a): Chuck Palahniuk
Editora: Leya
Páginas: 272 
Gênero: Ficção
ISBN: 978-85-8044-449-0
Minha Avaliação: ★★★★★

Vamos criticar o capitalismo sem pudores! 
O que dizer sobre o Clube da Luta "sem chover no molhado"?
Se você gosta de livros cheios de explicações e detalhes, esse realmente não é o que você busca! O autor joga os fatos, deixa um monte de fios soltos e não liga a mínima para explicar! E esse que é o charme.

"A primeira regra do clube da luta é que você não fala sobre o clube da luta [...] A segunda regra do clube da luta é que você não fala sobre o clube da luta - Tyler grita."

Para se curar de uma insônia e voltar para a sua vidinha de consumista feliz, nosso protagonista participa de grupos de apoio para pessoas muito doentes. Ao encontrar pessoas tão devastadas, ele acha a cura, pois a tendência é nos sentirmos superiores frente a dor de outros. Nesses grupos, conhece Marla, que também não tem doença alguma. E isso faz com que ele sinta que seu disfarce está ameaçado. Nesse contexto surge Tyler Durden, destemido e focado, não tem apego ao dinheiro e nem ao bem material. Ou seja, tudo o que ele não era e tinha medo de ser.
Tayler idealiza o Clube da Luta como uma forma de protesto contra o consumismo desenfreado e sem sentido. É muito mais do que homens se socando em porões de bares, é na verdade, um soco na cara da nossa sociedade vazia. Tayler formou um exército das "pessoas que servem".

"Você justifica a anarquia - Tyler diz. - Você a compreende."

Para Tayler, você precisa chegar ao fundo do poço para se elevar, para entender o sentido da mudança. Tyler almeja um golpe contra a "burguesia" pela base. Pelas pessoas de quem essa classe precisa e pisa! Surge então O Comitê de Demolição do Projeto de Destruição, com suas explosões, vandalismo e lições de moral.

"Somos nós que lavamos suas roupas, preparamos sua comida e servimos o seu jantar. Arrumamos sua cama. Cuidamos de você enquanto dorme. Dirigimos ambulâncias. Passamos suas ligações. Somos cozinheiros e motoristas de táxi e sabemos tudo sobre você. Processamos seus pedidos de seguro e gastos do cartão de crédito. Controlamos todas as partes da sua vida."

Mesmo assim, nosso protagonista ainda reluta ao aceitar essa visão do Clube da Luta, afinal, o comodismo nos cega... e a venda nos olhos que o conforto e o prazer em consumir nos coloca, é difícil de tirar. Mas, o Clube da Luta se torna um organismo vivo, com vida própria agora. E nem na loucura ele te abandona.
Essa estória nos faz refletir. Nós também não concordamos com o consumismo vazio. E não fazemos nada para mudar. A mudança não começa por nós? Que tal, deixarmos de comprar aquela blusa só pra agradar o chefe que você detesta?

"Há uma categoria de homens e mulheres jovens e fortes que querem dar a própria vida por algo. A propaganda faz essas pessoas irem atrás de carros e roupas de que elas não precisam. Gerações têm trabalhado em empregos que odeiam para poder comprar coisas de que realmente não precisam."

2 comentários:

  1. Amo esse livro, suas críticas e o estilo de escrita do Chuck. Já leu Sobrevivente? É muito bom também. Resenhei ele lá no blog :)

    ourbravenewblog.weebly.com

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  2. Amo esse livro, suas críticas e o estilo de escrita do Chuck. Já leu Sobrevivente? É muito bom também. Resenhei ele lá no blog :)

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